No Blogue dos caras: Leonardo Sodré

Leonardo Sodré é jornalista e atualiza o blogue becopress. Esta semana, ele escreveu uma bela crônica sobre o lançamento do Mano Celo. Massa. 🙂

Suando com Mano Celo/Leonardo Sodré

Na última quinta-feira, 07, fui ao lançamento do livro de Carlos Fialho, Mano Celo, na livraria Siciliano do shopping Midway. Detesto shoppings, mas não queria perder o lançamento do livro e lá fomos nós – eu e Mércia – enfrentar o já conhecido engarrafamento das 19h, dos estacionamentos daquele ajuntamento de lojas.

A livraria estava completamente lotada. Pegamos uma fila e compramos o livro, para depois entrar na outra fila, dos autógrafos. Essa é que estava grande! Ficamos lá e já perto de pegar o oferecimento histórico do autor, percebi que o livro estava com alguns defeitos de impressão. Corri de volta para o balcão onde o compramos. No caminho passei por um garçom com a bandeja lotada de uísque. Do outro lado, no balcão, Zé Arruda Fialho, pai do autor, Castilho, da Redinha e Nei Leandro de Castro. Todos devidamente abastecidos. Aí Castilho levantou o copo e disse:

– Aceita um uísque ou algo mais?

Fiquei sem saber se ia trocar o livro ou ficava por ali mesmo. A tentação era forte, mas o livro precisava ser autografado e Mércia já estava começando a chegar perto do autor de Mano Celo. Cheguei ao balcão tenso.

– O que o senhor deseja? Perguntou a moça, cansada de vender livro de Fialho.

– Quero trocar esse exemplar que está com defeito. Respondi, enquanto olhava para trás e via o papo animado dos amigos. Minha boca ficou seca.

– A troca é daquele lado… E apontou com o nariz.

Fiz carreira e cheguei ao balcão cheio de gente, apelando:

– Meu caso é rápido, é somente para trocar esse livro. E eu disse, enquanto de longe Castilho levantava uma dose de uísque e um salgadinho, como me oferecendo. Engoli em seco.

– Não é aqui não moço, é ali naquele outro balcão. Justamente o que eu estava. Voltei olimpicamente e fazendo uma força danada para ficar calmo.

– Moça, a funcionário do outro lado disse que era aqui mesmo que trocava o livro… Roguei desesperado. Nesse ponto os três, Castilho, Arruda Fialho e Nei Leandro olhavam para mim balançando suas pedras de gelo dentro do copo. “Esses caras querem me matar”, pensei.

– Pois não é não, ela disse já meio aborrecida. Volte para onde veio, porque é lá mesmo que troca o livro.

Voltei e fui instado a voltar novamente para onde tudo começou. Aí a moça, que não era mais a mesma, me perguntou:

– O que o senhor deseja?

– Uma dose de uísque e um salgadinho, por favor.

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Uma resposta to “No Blogue dos caras: Leonardo Sodré”

  1. Gustavo Guedes Says:

    Putz, não tive a oportunidade de ver o Nei Leandro de Castro.
    Fiquei puto com essa agora.
    Nunca, na minha breve história, vi a Siciliano abarrotada de tanta gente.
    As vendedoras (vide post) da Siciliano já estavam tão cansadas de fazer as mesmas coisas (vender os malditos livros), que estavam organizando um motim para o boicote das trocas. Eu acho que elas estavam se sentindo os operários de antes da Revolução Industrial. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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